Os indícios de fraude no Programa Bolsa Família em Codó
tem se tornado cada vez mais recorrentes. O programa do Governo Federal destinado a famílias de baixa renda com pessoas ainda em idade escolar há algum tempo é alvo de reclamação por parte dos beneficiários no município. O atual gestor do Programa, Edivaldo Alves Júnior, informou que desde que assumiu o comando do Bolsa Família, em fevereiro de 2014, tem levado ao conhecimento das autoridades, sobretudo da Polícia Civil de Codó, casos de beneficiários que apresentam irregularidades onde famílias são cadastradas, mas o cartão de saque do beneficio acabam caindo nas mãos de terceiros.
O caso mais recente, descoberto esta semana chama ainda mais atenção. Há indício de fraude na execução do programa em Codó. A situação, apesar de está sob investigação policial, ficou mais evidente depois que a técnica em enfermagem, Francisca Celma Santana Gonzaga descobriu que estava cadastrada no programa desde o ano de 2006 e no ano passado teve os dados cadastrais atualizados na Secretaria de Assistência Social, onde segundo ela, nunca esteve.
“Fizeram no ano passado, não sei como, mas fizeram, eu acho que deve ter alguém lá de dentro da Ação Social, né? Com certeza, porque eu não apareci lá, não levei documentação e tá atualizado. E esses dados estão corretos? Corretíssimos. Data de nascimento, nome do meu pai, da minha mãe, das minhas filhas, endereço, tudo! Tudo“, disse Celma
Celma estava morando no Estado do Pará e retornou recentemente para a casa dos pais em Codó, depois de ter sido dispensada do serviço que prestava como técnica em enfermagem em Tucuruí. Em Codó, ela resolveu dá entrada no processo de requisição do Seguro Desemprego e ao solicitar o Cartão Cidadão, da Caixa Econômica teve a grande surpresa.
“Eu fui fazer a solicitação de um cartão cidadão para receber minhas parcelas do seguro desemprego, no momento em que eu estava fazendo essa solicitação a moça me informou que eu poderia ta sacando essas parcelas pelo cartão Bolsa Família que seria a mesma coisa. Eu falei pra ela que não, que eu não participava do programa e ela disse que sim que eu estava cadastrada e que estava atualizado e inclusive o pagamento seria no dia 23, que foi no dia 22 que eu fiz a solicitação”, disse.
Outro detalhe é que o Governo estava depositando mensalmente o valor de R$ 706,00 referente ao pagamento do benefício onde constam nove pessoas representadas por ela. Celma revelou que duas são suas filhas, mas os demais que aparecem como parentes, ela nunca viu nem tem informação de quem sejam.
“No cadastro tem duas pessoas que é minhas filhas mesmo que já são até de maior que são as duas primeiras Beatriz e Alana são minhas filhas, os outros demais eu não conheço, não é ninguém da minha família, nunca nem tinha visto falar no nome. Eu me assustei, eu passei até mal na hora que eu recebi essa noticia, por que quem que ta recebendo esse dinheiro? Tem alguém recebendo, com certeza“, revelou.
Como não havia nada que a impedisse de sacar a parcela de julho/2014, Celma foi à Caixa Econômica e a gerente a orientou a retirar o dinheiro e em seguida, cancelou o cartão já que a mesma não tem filhos em idade de cobertura pelo Bolsa Família. Na Agência da Caixa, a gerente Maisa, não quis dá esclarecimentos à imprensa sobre o caso. Na delegacia, o delegado Zilmar Santa, responsável pela investigação falou que a Polícia Civil vai trabalhar para identificar os autores da fraude.
“A polícia iniciou uma investigação a pá dos dados fornecidos pela vítima e de outros obtidos junto ao gestor do Bolsa Família aqui no município. é uma investigação trabalhosa, mas nós acreditamos que chegaremos à autoria do fato. A gente tem primeiramente que coletar esses dados tanto bancário, quanto do gestor pra daí iniciar uma investigação e pra identificação dos autores dessa fraude“, disse Zilmar.
O delegado, assim como o gestor do programa, informou que casos semelhantes já estão sendo investigados pela Polícia. “Essa é uma fraude que temos notícia que ocasionalmente vem correndo aqui no município, a fraude constituindo a inserção de dados falsos no sistema do Bolsa Família. Não é apenas uma apropriação do cartão, mas sim, a criação de um cadastro com dados falsos“, concluiu o delegado.
Fonte: Correio Codoense
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